Sobre Brasília – GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL https://www.df.gov.br Governo do Distrito Federal Fri, 15 Oct 2021 18:44:33 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.9.4 https://www.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2020/05/cropped-39bbeab1-e581-42ac-a0b7-fa90c81c21d8-32x32.jpg Sobre Brasília – GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL https://www.df.gov.br 32 32 Economia https://www.df.gov.br/economia/ https://www.df.gov.br/economia/#respond Wed, 21 Oct 2015 19:30:43 +0000 /?p=341 Economia de Brasília

Brasília é muito mais que o centro político do Brasil, é um polo econômico em uma cidade atípica e diversificada. Possuímos um expressivo mercado consumidor, com 2,9 milhões de pessoas com renda média até três vezes maior que a nacional, o que evidencia um grande potencial de desenvolvimento.

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Feira Livre de Sobradinho em 06/03/64. Foto: Arquivo Público do Distrito Federal

Desde antes da sua criação, Brasília já começava a desenvolver uma economia local. Ainda em 1960, já existiam mais de 2 mil estabelecimentos comerciais. Por volta de 1965, quando no Plano Piloto moravam quase 90 mil pessoas e mais 130 mil nas chamadas cidades satélites (hoje regiões administrativas), produziam-se aqui pequenas quantidades de frutas como abacaxi, banana, laranja, além de arroz, amendoim e mandioca.

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Esplanada dos Ministérios. Foto: Arquivo Público do Distrito Federal

As redes ferroviárias e rodoviárias, que nessa época estavam em pleno funcionamento em função da construção da cidade, ao longo dos anos foram se expandindo, o que estimulou uma maior ocupação do Centro-Oeste do Brasil. Esse processo, inclusive, continua até hoje.

A partir dos anos 90, a construção civil perdeu força e não era mais a grande propulsora da economia local. Foi aí que entrou o setor de serviços, que já em 1995 empregava 75% da população economicamente ativa do Distrito Federal. Atualmente ele é responsável por 71% de toda a atividade econômica. O principal destaque vai para o segmento de informação (telefonia móvel, acesso à internet e TV por assinatura), que cresce a cada ano.

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Pontão do Lago Sul – Ql 10, Lote 1/30. Foto: Bento Viana

Um outro setor da economia que está em expansão desde os anos 80 é o turismo. Nossa cidade está estruturada para receber visitantes para lazer e cultura e, quando procuram a cidade para negócios, não é raro esticarem a permanência para aproveitar o que a cidade tem de melhor. Brasília, inclusive, está agrupada na categoria “A” pelo Ministério do Turismo, o que quer dizer que é um destino com grande fluxo turístico e maior número de empregos e estabelecimentos no setor de hospedagem.

Por ser considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, a prioridade da capital é incentivar o desenvolvimento de indústrias que não sejam poluentes, como as da área de tecnologia. Assim, mantemos o equilíbrio ecológico ao mesmo tempo que geramos empregos.

 

Economia Criativa
Atualmente, Brasília é referência em economia criativa. Música, teatro, dança, moda, novas mídias, televisão, games e outras produções artísticas fazem parte desse setor que cresce a cada ano. Já são mais de 22 mil pessoas na economia criativa no Distrito Federal, o que significa 1,5% da fatia do mercado local.

Inovação e desenvolvimento são palavras chave e cada dia mais pretendemos unir as regiões administrativas e transformar Brasília em um grande polo econômico, trazendo novos investimentos e incentivando nossas produções locais.

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Circuito de economia solidária. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

 

Fontes:

 

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Cultura https://www.df.gov.br/cultura/ https://www.df.gov.br/cultura/#respond Wed, 21 Oct 2015 19:29:26 +0000 /?p=339 16894817878_92e0fd63c7_z

Boi do Seu Teodoro de Sobradinho. Foto: Renato Araújo/Agência Brasília

A cultura em Brasília se confunde com a própria cidade já que ela é patrimônio Cultural da Humanidade. São 112,25 quilômetros quadrados de área tombada e o único bem contemporâneo a receber esta distinção. Nela estão monumentos e edifícios que são marco da arquitetura e urbanismo modernos.

Brasília foi inscrita na lista da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em 7 de dezembro de 1987. Estes lugares são reconhecidos como patrimônio de todo o mundo, independente do território onde estejam. O objetivo é a sua preservação para as futuras gerações.

Ela foi reconhecida como patrimônio por conta da sua concepção modernista, baseada nas ideias de Lúcio Costa, que integravam a escala monumental, dos grandes espaços e construções, à intenção bucólica, de convivência ao redor das áreas verdes. Oscar Niemeyer projetou grandes monumentos que se integraram ao plano urbanístico, com o melhor da expressão arquitetônica integrada à arte.

É por esse motivo que a cultura de Brasília também se mistura à sua história, à história de sua construção e à arquitetura e ao urbanismo.

Monumentos históricos

Fazem parte dos equipamentos culturais públicos de Brasília o Catetinho, primeira residência oficial de Juscelino Kubitschek por aqui, e o Museu Vivo da Memória Candanga, antigo Hospital Juscelino Kubitschek de Oliveira (HJKO). Ambas construções preservam peças, objetos e fotos da época da construção da capital.

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Praça dos Três Poderes. Foto: Tony Winston/Agência Brasília

A história da construção de Brasília e da política brasileira desde então se embrenham na cultura da cidade também na Praça dos Três Poderes. No Museu da Cidade, é possível ver, talhada nas paredes de pedra, a história da intenção brasileira de construção de uma nova capital, muito antes da concretização de Brasília.

Ainda na Praça dos Três Poderes, no Espaço Lúcio Costa, os habitantes podem conferir uma grande maquete de Brasília e ver os esboços do plano urbanístico de Lúcio Costa. No Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, é possível acompanhar a história da redemocratização brasileira e conferir o livro de aço dos heróis nacionais.

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Catedral Metropolitana de Brasília. Foto: Andre Borges/Agência Brasília

Outros monumentos históricos criados para a valorização da cultura são o Museu Nacional Honestino Guimarães, a Biblioteca Nacional, o Teatro Nacional Cláudio Santoro e o Memorial dos Povos Indígenas, o Museu de Artes de Brasília (MAB) e o Centro de Dança, entre outros.

Cultura popular

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Casa do Cantador, Ceilândia – DF. Foto: Tony Winston/Agência Brasília

A migração de habitantes de diversas regiões do país para a construção de Brasília, além da convergência natural por ser a capital do país, criou na cidade um caldeirão cultural que reuniu fragmentos de diversos estados e culminou numa identidade própria.

É possível ver essa mistura do patrimônio imaterial, por exemplo, em uma visita à Feira da Torre de TV. Além de diversos artigos à venda, a praça de alimentação reúne tradições culinárias de diversas partes do país.

A cultura popular também foi homenageada com a construção da Casa do Cantador, em Ceilândia. O espaço é dedicado às apresentações de repentistas e à literatura de cordel.

É forte ainda o movimento hip hop em diferentes regiões do Distrito Federal. Junta-se ainda a importância do rock de Brasília para a música brasileira.

Cinema

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Cine Brasília. Foto: Tony Winston/Agência Brasília

No cinema, Brasília também se destaca. O Cine Brasília foi uma das primeiras construções da cidade, inaugurado dentro da programação que comemorou a transferência da capital do país. É nele que acontece anualmente o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Em 1991, foi construído o Polo de Cinema e Vídeo Grande Otelo, em Sobradinho.

Quer conhecer de perto o que Brasília tem de melhor? Clique aqui.

Referências

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População https://www.df.gov.br/populacao/ https://www.df.gov.br/populacao/#respond Wed, 21 Oct 2015 19:26:21 +0000 /?p=337 Gente de Brasília

0166_NOV_B_01_Chegada_de_candangos_Nucleo_Bandeirante_1957_1960Chegada de candangos. Foto: Arquivo Público do Distrito Federal

Brasília é formada por gente de todos os lugares, todas as idades e de muitas gerações. É uma mistura de sotaques do Nordeste, Sudeste, Norte e Sul do país e até de estrangeiros. Todos eles somam uma população de 2.786.684 de habitantes, e, segundo dados do IBGE, a estimativa é que sejam mais de 3 milhões de pessoas na capital em 2017.

Por conta de seu rápido crescimento, já é a quarta cidade mais populosa do país. A maioria dos moradores, 52%, é mulher e tem em média 30 anos. A expectativa de vida por aqui está cada vez maior – hoje já é de 77,6 anos, a segunda maior do país. A densidade demográfica atual é de 444,66 hab/km².

Os primeiros habitantes que chegaram a Brasília vieram, principalmente, atraídos pelos empregos na construção civil e ajudaram na construção da capital. Eles eram chamados de candangos e aqui construíram e criaram famílias. Desses, surgiram os “brasilienses”, o gentílico usado para quem nasceu aqui e adotado por quem veio de fora e assumiu a cidade como sua.

Assim como naquela época, a maioria dos imigrantes ainda hoje vem da região Nordeste, principalmente Bahia, Maranhão e Piauí, e do Centro-Oeste, a maior parte de Goiás.

A capital ainda atrai tantos imigrantes por conta das oportunidades de trabalho, principalmente no setor público. A maioria da população economicamente ativa da cidade (71,8%) trabalha na área de serviços, sendo que 15% é servidor da administração pública, defesa ou seguridade social, de acordo com dados de 2015 da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan).

Brasília é plural, com muitos sotaques, muitas caras e muitas cores. A mistura é a palavra de ordem porque a capital é a síntese de todo o Brasil.

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Carnaval em Brasília. Foto: Dênio SImões/Agência Brasília

Fontes:

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Geografia https://www.df.gov.br/333/ https://www.df.gov.br/333/#respond Wed, 21 Oct 2015 19:21:59 +0000 /?p=333 Localização

Brasília faz parte do Planalto Central, Centro-Oeste do Brasil, onde se encontram as cabeceiras de afluentes de três dos maiores rios brasileiros – o Rio Maranhão (afluente do Rio Tocantins), o Rio Preto (afluente do São Francisco) e os rios São Bartolomeu e Descoberto (tributários do Rio Paraná).

A cidade está localizada a 15°47’ de latitude sul e a 47°56′ de longitude oeste e ocupa uma área de 5.779 km². A cidade fica a cerca de 1.000 metros do nível do mar e tem relevo predominantemente plano. O ponto mais alto é o Pico do Roncador, com 1.341 metros, localizado na Serra do Sobradinho.

Bioma

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Bem-te-vi na QL 12, Lago Sul. Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

O Distrito Federal é totalmente ocupado pelo Cerrado, que é o segundo maior bioma da América do Sul e comporta a nascente das três maiores bacias dessa parte do continente. A região é conhecida como a savana mais rica do mundo, com 11.627 espécies de plantas.

A diversidade da fauna é também um destaque: em todo o Cerrado, há registradas 199 espécies de mamíferos, 837 de aves, 1.200 de peixes, 180 de répteis e 150 de anfíbios. A flora é constituída de espécies que se adaptam ao clima seco e aos terrenos com pouca água e baixo nível de nutrientes, como as árvores de caules e galhos tortuosos, com cascas e folhas grossas.

Terra verde e de ipês coloridos

20080080382_701fd5e421_zIpê amarelo na EPIA Norte. Foto:  Gabriel Jabur/Agência Brasília

Com áreas verdes que enfeitam boa parte da cidade, Brasília abriga grande variedade de vegetação, reunindo aproximadamente 150 espécies. A maioria é nativa, típica do cerrado e de porte médio, com altura de 15 m a 25 m.

Para garantir a preservação, muitas espécies são tombadas pelo Patrimônio Ecológico do Distrito Federal, entre elas: pindaíba, paineira, ipê-roxo, ipê-amarelo, pau-brasil e buriti.

Os ipês se espalham com facilidade em solo brasiliense e se tornaram marca registrada da capital. No período do inverno, quando a árvore floresce nas cores branca, roxa, rosa ou amarela, é comum ver turistas e moradores fotografando-a como se fosse um monumento e espalhando belas imagens nas redes sociais.

Clima de Brasília: quatro estações em 24 horas

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Pôr do Sol no Eixo Monumental. Foto:  Andre Borges/Agência Brasília

Brasília é terra de clima tropical, com temperatura média de 22 °C e variações que vão de 13 °C a 28 °C ao longo do ano, se considerada a média dos últimos 30 anos. Mas, seja morador ou visitante, quem conhece Brasília sabe: dá para sentir frio e calor no mesmo dia, às vezes com diferença de horas. Casaco, guarda-chuva e óculos de sol são acessórios que quase todos que pisam em solo brasiliense vão precisar. É kit básico.

O período com mais chuvas, geralmente fortes e de curta duração, é entre o fim da primavera e o fim do verão, de outubro ao início de maio, quando a umidade relativa do ar é mais alta (com mais de 70%) e deixa a cidade mais verde. Já se você é visitante e está decidido a conhecer Brasília entre maio e setembro, principalmente no inverno, prepare-se para a baixa umidade e dias mais quentes. A seca por aqui chega a durar cinco meses.

Composição

Diferentemente dos estados do país, Brasília não é dividida em cidades e bairros, portanto não há prefeituras. A capital é composta por 33 Regiões Administrativas (RA’s) oficialmente constituídas como dependentes do Governo do Distrito Federal. Cada uma tem outras mil faces e reproduzem a essência da diversidade brasiliense. São elas:

RA I Plano Piloto
RA II Gama
RA III Taguatinga
RA IV Brazlândia
RA V Sobradinho
RA VI Planaltina
RA VII Paranoá
RA VIII Núcleo Bandeirante
RA IX Ceilândia
RA X Guará
RA XI Cruzeiro
RA XII Samambaia
RA XIII Santa Maria
RA XIV São Sebastião
RA XV Recanto das Emas
RA XVI Lago Sul
RA XVII Riacho Fundo
RA XVIII Lago Norte
RA XIX Candangolândia
RA XX Águas Claras
RA XXI Riacho Fundo II
RA XXII Sudoeste/Octogonal
RA XXIII Varjão
RA XXIV Park Way
RA XXV SCIA
RA XXVI Sobradinho II
RA XXVII Jardim Botânico
RA XXVIII Itapoã
RA XXIX SIA
RA XXX Vicente Pires
RA XXXI Fercal

RA XXXII Sol Nascente/Pôr do Sol

RA XXXIII Arniqueira

mapa das RAS

Saiba mais informações sobre as Regiões Administrativas?: Clique aqui.

Assuntos Relacionados:

 

Fontes:

 

 

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Símbolos https://www.df.gov.br/simbolos/ https://www.df.gov.br/simbolos/#respond Wed, 21 Oct 2015 19:13:21 +0000 /?p=331 Símbolos de Brasília

Bandeira


A bandeira do Distrito Federal é composta por um retângulo branco, representando a paz. No escudo, o verde e o amarelo do seu esmalte único (sinople) e de seu único metal (ouro) juram fidelidade aos símbolos nacionais.

 

Brasão

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O brasão do Distrito Federal foi  idealizado pelo poeta Guilherme de Almeida antes da inauguração da capital. Ele representa a cruz de Brasília, composta por quatro flechas divergentes que remetem aos quatro pontos cardeais: Norte, Sul, Leste e Oeste. O símbolo também faz alusão ao cruzamento entre o Eixo Monumental e o Eixo Rodoviário. As cores, oriundas da bandeira nacional, demonstram, ainda, unidade e reforço sobre a posição e a importância da cidade como capital da nação. Abaixo do escudo, a inscrição “VENTURIS VENTIS” vem do latim e significa “AOS VENTOS QUE HÃO DE VIR”.

Hino do Distrito Federal (Brasília)

(Oficializado pelo Decreto nº 51.000, de 19/07/61)

Letra de Geir Campos
Música de Neusa Pinho França Almeida

Todo o Brasil vibrou
e nova luz brilhou
quando Brasília fez maior a sua glória
com esperança e fé
era o gigante em pé.
vendo raiar outra alvorada em sua História
Com Brasília no coração
epopeia surgir do chão
o candango sorri feliz
símbolo da força de um país!
Capital de um Brasil audaz
bom na luta e melhor na paz
salve o povo que assim te quis
símbolo da força de um país!

Hino Brasília Capital da Esperança
Letra de Capitão Furtado
Música de Simão Neto

Em meio à terra virgem desbravada
na mais esplendorosa alvorada
feliz como um sorriso de criança
um sonho transformou-se em realidade
surgiu a mais fantástica cidade
“Brasília, capital da esperança”
Desperta o gigante brasileiro
desperta e proclama ao mundo inteiro
num brado de orgulho e confiança:
nasceu a linda Brasília
a “capital da esperança”
A fibra dos heroicos bandeirantes
persiste nos humildes e gigantes
que provam com ardor sua pujança,
nesta obra de arrojo que é Brasília.
Nós temos a oitava maravilha
“Brasília, capital da esperança.”

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História https://www.df.gov.br/historia/ https://www.df.gov.br/historia/#respond Wed, 21 Oct 2015 19:08:37 +0000 /?p=328 Brasília: a cidade-sonho

As primeiras ideias

Na época do Brasil Colônia, já havia a ideia de levar a capital do país para a região central, para evitar ataques pelo mar. Mas a possibilidade só começou a ganhar força no Império. Em 1823, José Bonifácio de Andrada e Silva, conhecido como “Patriarca da Independência”, reforçou a proposta de levar a sede das decisões brasileiras para o interior do território e sugeriu pela primeira vez o nome “Brasília“.

Em 1883, o sacerdote católico italiano Dom Bosco sonhou que visitava a América do Sul e, em seu relato, publicado no livro “Memórias Biográficas de São João Bosco”, relatou o que viu: 

Entre os graus 15 e 20 havia uma enseada bastante longa e bastante larga, que partia de um ponto onde se formava um lago. Disse, então, uma voz repetidamente: – Quando se vierem a escavar as minas escondidas no meio destes montes, aparecerá aqui a terra prometida, de onde jorrará leite e mel. Será uma riqueza inconcebível.

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Marco Zero e Esplanada dos Ministérios em 30/09/1958. Foto: Arquivo Público do Distrito Federal

A visão acabou sendo interpretada como uma premonição do local em que deveria ser construída a nova capital do Brasil. Mas ela começou a ser viabilizada somente em 1891, quando a determinação de sua área foi incluída na primeira Constituição da República brasileira. No ano seguinte, um grupo de cientistas foi enviado para explorar o Planalto Central e demarcar a área. Chefiada por Louis Ferdinand Cruls, a expedição ficou conhecida como “Missão Cruls”. Médicos, geólogos e botânicos compunham a equipe que fez um levantamento sobre a topografia, o clima, a geologia, a flora, a fauna e os recursos materiais da região. A área ficou conhecida como Quadrilátero Cruls, a primeira versão do “quadradinho”, como todo brasiliense chama o mapa da cidade.

A pedra fundamental do novo centro do poder brasileiro foi lançada em 1922, no centenário da Independência, próximo a Planaltina, atual região administrativa do DF. Em 1956, com nova demarcação da futura capital, o então presidente da República, Juscelino Kubitschek, deu início de fato à realização do projeto que durou séculos. Na mesma área das coordenadas que Dom Bosco apontou e às margens do Lago Paranoá, Brasília começou a ser erguida.

O conceito

Para organizar a logística da obra, foi criada a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), que lançou no mesmo ano o “Concurso Nacional do Plano Piloto da Nova Capital do Brasil” com o objetivo de selecionar projetos urbanísticos para a construção da cidade.

Dentre dezenas de propostas, a vencedora, do arquiteto e urbanista Lúcio Costa, foi escolhida justamente pela simplicidade: a ideia, entregue em uma folha branca e desenhada a lápis, partiu do traçado de dois eixos cruzando-se em ângulo reto, como o sinal da cruz.

Uma dessas linhas, o Eixo Rodoviário, tinha o traço levemente inclinado, o que dava à cruz a forma de um avião. Ele seria a via que leva às áreas residenciais – hoje, Asa Sul e Asa Norte. A outra linha, que representava o Eixo Monumental,  abrigaria os prédios públicos e o palácio do Governo Federal no lado leste; a Rodoviária e a Torre de TV no centro, e os prédios do governo local no lado oeste.

Lúcio Costa não só desenhou os traços que definiram a capital do país, mas também previu como seria a alma de Brasília, como afirmou no livro “Memória descritiva do Plano Piloto”: 

Cidade planejada para o trabalho ordenado e eficiente, mas ao mesmo tempo cidade viva e aprazível, própria ao devaneio e à especulação intelectual, capaz de tornar-se, com o tempo, além de centro de governo e administração, num foco de cultura dos mais lúcidos e sensíveis do país.

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Oscar Niemeyer. Foto: Arquivo Público do Distrito Federal

Com o projeto urbanístico aprovado, Juscelino escolheu Oscar Niemeyer como o arquiteto responsável pela construção dos monumentos. O carioca foi autor das principais estruturas da cidade: o Congresso Nacional, os Palácios da Alvorada e do Planalto, o Supremo Tribunal Federal e a Catedral de Brasília. Além da dupla Oscar e Lúcio, completavam o time que fez desta cidade um museu a céu aberto figuras inspiradas como Burle Marx, com jardins e praças, e Athos Bulcão, com os painéis de azulejos que são marca registrada da capital.

O nascimento

Em 21 de abril de 1960, Brasília nascia para o mundo e para a sua gente. Com os projetos urbanístico de Lúcio Costa e o arquitetônico de Oscar Niemeyer, surgia uma cidade sob formas inovadoras, diferente de tudo já feito até então. A data de seu nascimento, não foi coincidência: marcava o dia da morte de Tiradentes, um dos líderes mineiros que defendeu a independência do Brasil no século XVIII. O simbolismo ajudou a fortalecer em Brasília o ideal de liberdade de um povo e a coragem de uma nação, associando a inauguração à ideia de independência e rendendo homenagem aos inconfidentes que haviam sonhado com um Brasil livre.

 

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Acampamento de pioneiros no Núcleo Bandeirante. Foto: Arquivo Público do Distrito Federal

Conforme a construção de Brasília seguia em frente, foram surgindo pequenos acampamentos ao redor do Plano Piloto para abrigar os trabalhadores que vieram para construir a nova capital. O primeiro acampamento foi chamado de Cidade Livre, que hoje é o Núcleo Bandeirante. Os demais agrupamentos mais tarde tornaram-se inicialmente as cidades satélites que agora são as  33 regiões administrativas que compõem o Distrito Federal.

A consagração

Não são só os monumentos que fazem visitantes e turistas se renderam à grandeza da capital. Graças ao território plano e à ausência de grandes construções verticais, o céu de Brasília acabou conhecido como um dos mais bonitos do país, que, para muitos, praticamente substitui o mar ao emoldurar as construções de traços modernos e os largos espaços verdes que completam a paisagem.

Por conta desse conjunto de beleza e da importância arquitetônica, Brasília recebeu em 1987 o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido pela Unesco. Foi o primeiro bem cultural contemporâneo a entrar nessa lista, figurando no mesmo patamar de importância das Pirâmides do Egito, a Grande Muralha da China, a Acrópole de Atenas, o Centro Histórico de Roma e o Palácio de Versalhes.

Brasília é multicultural

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Encenações ao ar livre divertem público na Torre de TV. Foto: Dênio Simões/Agência Brasília

A forma como Brasília foi povoada tornou-a plural, miscigenada e sincrética, representando a identidade de todo o Brasil. Na busca por dias e futuro melhores, milhares de brasileiros de diversos cantos do país, em especial do Nordeste e de Minas, vieram para construir a capital e buscar uma vida nova. Eles ficaram conhecidos como candangos. Os pioneiros, que fixaram moradia na cidade entre 1960 e 1965, ainda guardam histórias e casos daquela época.

Essa mistura de tanta gente diferente fez da nossa cidade um rico caldeirão de sotaques, sons e cores. Nossas comidas têm todos os sabores brasileiros, nossas feiras são coloridas e sortidas e aqui tem cultura para todos os gostos. E tudo isso espalhado por todas as regiões administrativas, que têm características e histórias próprias, cheias de surpresas.

Quer conhecer de perto o que Brasília tem de melhor? Clique aqui.

Fontes:

 

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